MEANDROS

Contos

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04 novembro 2021

Conversa inspiradora!! Gratidão, Francisco Gregório. Com outras duas mulheres inspiradoras: Lili e Maria Elvira!



01 julho 2017

LILIANE SILVA RAMALHO

SÉRIE: AS MELHORES RESENHAS

CONVERSA COM A AUTORA

          Nascida  na cidade de Muriaé e residente em Laranjal (MG),  Liliane tem 17 anos e cursa atualmente o terceiro ano do curso técnico de Eletrotécnica do CEFET Campus II, Leopoldina. Em entrevista realizada na tarde de hoje, dia 1º de julho, Liliane falou de sua vida, suas ideias e projetos. 

Idalina - Além de cursar o terceiro ano integrado no CEFET,  que outras atividades você tem durante a semana? O que gosta de fazer nas horas vagas?

LilianeO que gosto de fazer nas horas vagas? Confesso que já fui uma leitora mais ativa, hoje, como me encontro no terceiro ano do ensino médio, tenho lido menos; o que era pra ser totalmente o oposto neh? Mas o terceirão tem sido apertado (rsrsrs). No entanto, a leitura é um dos meus passatempos favoritos e procuro incentivar meus irmãos mais novos para adquirirem o hábito desde cedo. Sou apaixonada por séries de todos os estilos e em qualquer tempinho que tenho livre eu pego o celular pra assistir. Sou muito família e adoro passar o domingo na casa da minha vó, mas também sou um pouco festeira e procuro manter o equilíbrio entre a vida escolar, a familiar e a vida com os meus amigos. Adoro jogar baralho, gosto dos mais variados estilos musicais mas tenho preferência pelo sertanejo, por ter sido criada em uma cidade do interior, e pelo pop rock brasileiro, o que é minha paixão musical mesmo. 

Idalina - Qual é a sua filosofia de vida?

Liliane Sou cristã praticante e participo de reuniões de grupo de jovens, procuro sempre seguir a minha vida sem prejudicar a do outro e faço o que está ao meu alcance para ajudar todos ao meu redor.

Idalina - Como você definiria sua personalidade?

LilianeSou bem comunicativa, esforçada e determinada. Porém como qualquer outro ser humano possuo inúmeros defeitos, fico irritada as vezes e desconto nas pessoas que mais me ajudam. 

Idalina - Quais são os seus projetos para o futuro?

Liliane - Ainda não sei ao certo o que pretendo fazer, tampouco sei se quero mesmo continuar na área de exatas; mas sei o que não quero fazer. Sei que, independente do que fizer, quero fazer algo em que esteja em constante comunicação e socialização com todos, pois sempre fui uma pessoa muito comunicativa e gostaria de poder, mesmo trabalhando, continuar nessa relação e não só ficar trancada em um escritório.

      Em relação ao projeto desenvolvido pelo professor Diego Lucas no CEFET, Liliane explicou que "foi extremamente criativo e possibilitou uma maneira de aprendermos a matéria vista em Língua Portuguesa com mais dinâmica, já que foi o próprio Diego que trouxe os livros e deu para cada aluno poder saborear e entrar na história de Aninha".
    De acordo com Liliane, uma parte dos alunos encarou a atividade extracurricular com reserva, por considerarem mais produtiva a aula tradicional. Entretanto, segundo ela,  a maioria se envolveu com o projeto, apoiando a ação do professor e mergulhando nas histórias vividas por Aninha e gostou muito da atitude do professor e ficou muito envolvida e apaixonada pelas histórias vividas por Aninha.

       Abaixo, a resenha selecionada pelo professor Diego Lucas, como uma das mais bem escritas dentro do projeto. Parabéns, Liliane! Que sua brilhante atuação lhe renda bons frutos durante o seu percurso acadêmico e profissional.

   RESENHA CRÍTICA: 
                    "BEIJAR, FICAR E OUTROS VERBOS ADOLESCENTES"                     Por Liliane Silva Ramalho 


        No livro “Beijar, ficar e outros verbos adolescentes”, a autora Ana Idalina Carvalho Nunes trata da insegurança vivida pela jovem Aninha em sua adolescência. Ela apresenta, entre muitos problemas,  o de insatisfação com o corpo e as milhares de perguntas que surgem na cabeça da Aninha: “Quando alguém vai se interessar por mim?” “Quando os garotos vão parar de me ver só como amiga?” “Quando vou dar meu primeiro beijo?”. Essas perguntas servem de embasamento para as questões filosóficas que o livro traz, de modo a mostrar como, às vezes,  nos importamos demais com a opinião alheia e não vivemos nossas vidas como queremos. 
          Na obra, temos a história de uma paixão vivida pela protagonista e todos os obstáculos emocionais e conflitos internos pelos quais ela passa. A autora consegue transmitir,  de modo bem dinâmico e envolvente,  toda a relação desses acontecimentos com a filosofia de vida, e as maneiras diferentes de enxergarmos o mundo à nossa volta. Aninha vive tendo pensamentos que  fazem-na refletir em seu interior,  e a autora se utiliza desses pensamentos para deixar mensagens filosóficas, sem fazer nenhuma citação e de maneira bem informal e simples. 
          Muitos podem achar que é um livro totalmente feminino; e é. Contudo,  serve de base para os homens entenderem um mundo totalmente desconhecido, o mundo da mulher, que é cheio de perguntas sem respostas, cheio de conflitos interiores, mas,  acima de tudo, um mundo que é especialmente sonhador e inspirador. Apesar de ser totalmente juvenil e informal,  o livro não necessariamente é direcionado a jovens, já que todos vivem ou já viveram situações parecidas em alguma fase de sua vida. E mesmo que os adultos não gostem muito do gênero, eles podem ler pra tentar entender os filhos, como eles se comportam pois,  querendo ou não,  o modo  como os filhos vivem hoje em dia é bem diferente do modo como os seus pais viveram na juventude. 
       Um livro completamente envolvente pois retrata a maioria dos pensamentos e perguntas enfrentados por jovens. Mostrou-me como ter um novo olhar sobre a vida e, principalmente, um novo olhar para mim mesma. Ainda que tenha me decepcionado um pouco no final, por ter passado rápido demais o tempo (rsrsrsrs) estou à espera da continuação, para saber como Aninha está enfrentando essa nova fase de sua vida e para conhecer os novos pensamentos e inseguranças que ela irá enfrentar.





18 junho 2017

LORRAYNE DUARTE

SÉRIE :  AS MELHORES RESENHAS 

   CONVERSA COM A AUTORA, LORRAYNE DUARTE


             Natural da cidade de Recreio (MG),  Lorrayne Duarte tem 18 anos e estuda no CEFET Campus III, na cidade de Leopoldina.  Ela conta que, em 2016,  "o livro “Beijar, ficar e outros verbos adolescentes”, foi apresentado à turma do 2° ano B pelo professor de Português Diego Lucas,  com a intenção de ajudar no estudo dos pronomes e na produção de resenhas. Os alunos, em geral, reagiram com surpresa e contentamento, pois o professor estava implementando uma nova forma de estudo, diferente daquela tradicional na qual os alunos são acostumados a entrar numa sala, sentar, copiar e reproduzir as informações dadas. Com o livro, o alunos tinham uma aula dinâmica; liam, discutiam ideias e aprendiam o conteúdo com gosto".  
           A resenha produzida ao final do projeto pela aluna Lorrayne Duarte foi considerada pelo professor Diego Lucas como um das mais bem escritas, entre todas as que foram entregues. De posse de uma lista com os seis melhores textos produzidos a partir da leitura do livro, resolvemos publicar os trabalhos no blog e apresentar aos nossos leitores os jovens que produziram tais resenhas. Lorrayne é a primeira entre esses alunos e alunas. 
            Em entrevista concedida ao  blog, ela conta que foi aprovada no processo seletivo e ingressou no CEFET aos 15 anos de idade. Hoje ela cursa o 3º ano do ensino médio voltado para a área da mecânica, atuando  também como bolsista em projeto da área biológica. Ela declara que tem a   intenção  de "prestar vestibular voltado para a área de exatas, especificamente Engenharia de Produção". Indagada sobre suas atividades fora da escola, ela relata que,  em razão do grande volume de conteúdos  cobrados em seu curso, geralmente as suas horas vagas são utilizadas para manter a leitura em dia, mas quando é possível, ela gosta também de praticar esportes como vôlei e peteca, também gosta de ver filmes, ouvir música e sair com as amigas. 
            O livro “Beijar, ficar e outros verbos adolescentes”, afirma ela, "é simplesmente viciante. Quando se é adolescente e encontra um livro em que a personagem principal passa pelas mesmas coisas que você, não dá vontade de parar de ler.  A cada capítulo eu me identificava mais com a personagem e em várias partes parecia que a história contada era a da minha vida. A reação da protagonista no final do livro foi algo que superou minhas expectativas. Aquele clichê do famoso final feliz empurrado para nós desde crianças pelos contos de fadas é quebrado de forma surpreendente. Aninha vai contra tudo aquilo que a sociedade prega, de que para ser feliz você precisa estar em um relacionamento. Ela nos mostra que podemos ser felizes sem necessariamente estar com alguém".
          

Resenha crítica do livro "Beijar, ficar e outros verbos adolescentes"


Por Lorrayne Duarte

Em seu livro “Beijar, ficar e outros verbos adolescentes”, Ana Idalina Carvalho Nunes apresenta os dramas vividos por todas adolescentes, como primeiro beijo, primeiro amor, os altos e baixos da autoestima, a insegurança, amigas “falsianes”, a relação de amizade que deve existir entre mãe e filha, e tantos outros assuntos tão comuns.

O livro possui vinte e três capítulos, divididos em cento e doze páginas. Ele começa contando a história de uma menina insegura que se sentia feia, chamada Aninha e que, com o decorrer da história, se apaixona, tem seu primeiro beijo e percebe que pode sim encontrar alguém que a ame do jeito que ela é. 

Aninha começa um relacionamento com Bernardo, porém, pouco tempo depois decide ir em estudar em outra cidade, e acontece o imprevisto: sua melhor amiga e seu namorado juntos. A personagem vai sofrer, mas também vai conseguir dar a volta por cima, mostrando a todas jovens que, apesar da tristeza do término de um namoro, o mundo não gira em torno dele e que devemos seguir em frente com a cabeça erguida porque, afinal, quem perdeu foi ele.

Além de uma linguagem coloquial e fácil de se compreender, a história vivida por Aninha se parece com a de muitas adolescentes espalhadas pelo mundo, o que faz com que a autora consiga ter o público adolescente interessado na obra do início ao fim.

Idalina já escreveu dois outros livros: “Quase pecado – poesia e prosa” (2001) e “Meandros” (2010). 








10 abril 2016

PLANO DE AULA DE CIÊNCIAS a partir do livro "Beijar, ficar e outros verbos adolescentes"


INTERDISCIPLINARIDADE: 
TRABALHANDO CIÊNCIAS A PARTIR DA LITERATURA
(Plano de aula  de Ciências - oitavo ano  E. Fundamental II - com base no CBC) 

Da esquerda para a direita, Amanda Cristina Pereira, Idalina de Carvalho, Dra. Maria Ângela Girardi e Ana Maria Diniz
Equipe da Secretaria Municipal de Educação de Cataguases
 com Idalina e Dra. Maria ângela 
A partir de trabalho desenvolvido em parceria com o AdoleSer, programa que visa levar para as escolas rodas de debate e informação sobre sexualidade na adolescência, criado pela médica Dra. Maria Ângela Girardi e desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação, sob a coordenação de Amanda Cristina Pereira e Ana Maria Diniz com alunos do Ensino Fundamental das Escolas Municipais de Cataguases, senti a necessidade de montar um plano de curso para que professores e professoras de Ciências pudessem desenvolver o tema "sexualidade" a partir do livro "Beijar, ficar e outros verbos adolescentes". 
O projeto foi levado a 07 escolas no ano de 2015, onde o trabalho foi desenvolvido com muito carinho e dedicação, tanto da coordenação do projeto quanto das diretoras, professores e professoras destas escolas. Assim, visando compartilhar com outros educadores de outras escolas o projeto de aulas, compartilho aqui o projeto interdisciplinar. Escolas interessadas em receber o projeto devem entrar em contato com a Secretaria Municipal de Educação de Cataguases e falar com as coordenadoras acima citadas. Os livros para o trabalho são doados pelo programa AdoleSer, que me leva para um encontro com alunos e palestra no final da aplicação do projeto. Segue abaixo o plano de curso:

BEIJAR, FICAR E OUTROS VERBOS ADOLESCENTES

Capítulo V: Domingo: ainda dá tempo de ser feliz! (páginas 29 a 33) 
Capítulo VI: Beijar, ficar: que expectativa! (páginas 34 a 45)

TEMA 9 – SEXUALIDADE 
TÓPICO 19 - REPRODUÇÃO HUMANA: CARACTERÍSTICAS E AÇÃO HORMONAL 


HABILIDADE BÁSICA: 19.2  

Associar mudanças hormonais ao amadurecimento sexual durante a puberdade, surgimento de características sexuais secundárias e possibilidade de gravidez. 

COMO TRABALHAR: Observar que, antes de ocorrerem as mudanças hormonais e o amadurecimento sexual, Aninha não sentiria os efeitos físicos que sente quando Bernardo aparece. E que, muitas vezes, os sentimentos se tornam confusos nessa etapa da vida porque eles se confundem com a atração física, com os efeitos que os hormônios provocam. Tal fato é comprovado pelo fato de ela se envolver com o Bruno, e relatar efeitos parecidos em seu corpo quando é beijada por ele. (Promover roda de conversa, permitindo que alunos relatem como se sentem quando estão apaixonados). Deixar que falem livremente, sem a obrigação de apresentar uma conclusão que moralize as falas. (Isso é importante). Promover a leitura em grupo do capítulo VII e selecionar um texto de Ciências que fale sobre essas “variações” (?) hormonais. Solicitar que os alunos façam um trabalho traçando um paralelo entre o que sentem e o que pode ser apenas reação física causada pelos hormônios. 

OBJETIVO: permitir que adolescentes saibam diferenciar o que é amor do que é apenas físico. 

RESULTADO ESPERADO: Levar adolescentes a envolverem-se em relacionamentos íntimos com maior consciência do que sentem, o que pode reduzir os casos de superexposição do próprio corpo e envolvimentos sexuais muito precoces.

HABILIDADE BÁSICA: 19.3. 
Caracterizar o ciclo menstrual regular; conhecendo sua duração média e os principais eventos durante a ovulação e a menstruação. 

COMO TRABALHAR: através das reações descritas por Aninha, da vontade que ela demonstra sentir de estar com um garoto (vontade que se manifestou em sonho naquela mesma noite anterior – ver páginas 29 e 30 ), pode ser que esteja em seu período fértil. 
(Veja descrição obtida em matéria no site http://mulher.terra.com.br/infograficos/ciclo-mestrual/ : Período fértil – Ovulação - Sintomas)
Os sintomas mais frequentes da ovulação são o aumento da libido e uma maior lubrificação da vagina, muitas vezes com saída da famosa secreção gelatinosa, com aspecto de “clara de ovo”. Esse muco cervical facilita a entrada dos espermatozoides para o útero. Nesse período, algumas mulheres ainda sentem uma dor na região pélvica, próxima à bexiga, a “dor do meio” (meio do ciclo menstrual), que ocorre no momento da liberação do óvulo. 
A partir da leitura de tais fragmentos do livro (pode ser montada uma encenação do livro na sala de aula, o que torna o conteúdo ainda mais atrativo), apresentar material de Ciências explicando cada etapa do ciclo menstrual. 
Falar da TPM. (É importante sempre favorecer os diálogos abertos, alunos em círculo sentados no chão ou mesmo nas carteiras. Preferencialmente, com utilização de recursos como música, por exemplo, permitindo que se abram emocionalmente e relatem suas experiências e dúvidas). 

OBJETIVOS: promover o autoconhecimento, tanto no sentido biológico quanto emocional. Levar os adolescentes a perceberem como o emocional está ligado ao biológico. Incentivar as meninas a observarem o próprio corpo, percebendo o que é parte do ciclo menstrual, favorecendo ainda a prevenção da gravidez na adolescência. 

RESULTADOS ESPERADOS: capacitar as adolescentes a identificarem o seu período fértil, levando-as à prática do sexo com responsabilidade e reduzindo os casos de gravidez precoce.
*******

BEIJAR, FICAR E OUTROS VERBOS ADOLESCENTES

Capítulo IX: Tiago e Marina (páginas 56 a 58) 
Capítulo III: Quero ficar de bem com o espelho (diálogos da p. 22 e 23) 
                                          TEMA 9 – SEXUALIDADE
TÓPICO  20: MÉTODOS CONTRACEPTIVOS 

HABILIDADE BÁSICA: 20.1
Identificar os principais métodos contraceptivos relacionando-os às doenças sexualmente transmissíveis e à AIDS. 

FORMA DE TRABALHAR: Leitura em grupo do primeiro texto (Tiago e Marina) – um ou todos os meninos reproduzem a fala de Tiago e uma ou todas as garotas fazem o papel da mãe. Questões a serem discutidas após a leitura: a) Com dois anos de namoro todos os casais já têm vida sexual? Qual é o tempo que as garotas, geralmente, estipulam para começar a ter relações com o namorado? Existem ainda muitas meninas que chegam virgens ao casamento? (Fazer a leitura em grupo do segundo texto, explicando a questão da virgindade antes da década de 70 e 80). b) Uma gravidez é capaz de prender o namorado, de garantir que fiquem juntos? c) Quais são os métodos contraceptivos mais comuns? d) Quanto custa um filho para os pais, financeiramente, nos dias atuais? A partir da discussão, apresentar aula expositiva sobre os métodos contraceptivos, relacionando-os às doenças sexualmente transmissíveis e à AIDS. 

OBJETIVOS: sensibilizar os alunos para a importância do planejamento na vida sexual. 

RESULTADOS ESPERADOS: reduzir casos de gravidez precoce e de transmissão de doenças.

RECOMENDAÇÃO GERAL:
Os professores de Ciências deverão ler o livro na íntegra, a fim de identificar outros trechos possíveis de trabalhar com as turmas de 8º ano.

Com afeto,
Idalina

15 fevereiro 2016

SÉRIE EDUCADORES: LEONARDO CAMPOS

Conheci Leonardo Campos no período em que eu editava a revista "Pensaminto", de Cataguases para o mundo. Naquela época ele era um estudante do Ensino Médio, mas já vivia envolvido com a poesia, o que me motivou a publicar matéria sobre ele e divulgar um poema dele na época. Mais tarde, em 2000, ele também se fez presente na edição especial de "Pensaminto", que apresentava o cenário cultural que se desenhou em Cataguases a partir da década de 1960. Ele cursou Letras na FIC e, a partir de então, prosseguiu fiel ao seu talento, atuando não apenas como poeta, mas também como um educador ímpar, disseminador  competente do gosto pela leitura e pela escrita,

Procurei Leonardo no início deste ano e ele concedeu uma entrevista exclusiva para este blog.. Confira:


Da esquerda para a direita, Célia Marques (diretora), Nilma Moraes Cenci (vice), Mark Jean (no papel de Bernardo) , Carol Alves (no papel de Aninha) , Leonardo Campos (professor) , Joyce Silva (no papel de Lais), Solange Narciso (professora).
Idalina:  Leonardo, gostaria que apresentasse um breve relato do trabalho que vem desenvolvendo como professor, abordando também a sua atividade poética.

Leonardo: Iniciei minhas atividades como professor em 2006, desde lá, sempre tive a preocupação de proporcionar aos alunos atividades que dialogassem com a realidade de seus mundos, de seus anseios. É claro que nem sempre isso é possível, mas pelo menos coloco como norte essa abordagem. Neste tempo desenvolvi trabalhos e projetos baseados em alguns livros que destoam um pouco da programação prevista no currículo. Penso que esse tipo de diversificação é boa. Tenho trabalhado com o livro de poesia visual "Pó de Lua", da poetisa Clarice Freire, entre outras obras nessa mesma linha. Em 2015 propus aos alunos do 3º ano a criação de uma poesia visual, filmada através de seus próprios celulares.  Apesar da atividade de professor nos trazer grandes desafios, tive experiências interessantes na docência com a participação em uma das etapas do “Soletrando” em Belo Horizonte no ano de 2007 com o aluno Natã e na semifinal das "Olimpíadas de Língua Portuguesa" em Porto Alegre (2014), com a aluna Núbia Rosa. Foram momentos muito bons. Quanto ao meu livro de poesia, “Alma de brinquedo” lancei a primeira edição em 2009 e em 2010 pude lançar a 2ª edição através da Lei Ascânio Lopes. Percebi que havia chegado o momento de lançar os meus versos que já estavam escritos há algum tempo, principalmente na época de Faculdade.

Idalina: Fale um pouco sobre o "Festival de Talentos"


Leonardo: O Festival de Talentos da Escola Estadual Professor Quaresma aconteceu dentro da "Semana de Valorização da vida", que ocorreu entre os dias 30 de novembro a 04 de dezembro de 2015. Com o Festival, foram encerradas as atividades da semana. O objetivo desse evento é proporcionar aos alunos oportunidade de revelarem seus talentos  nas áreas:  musical, teatral, circense,  entre outras.

Idalina: Como surgiu a ideia de trabalhar com o livro "Beijar, ficar e outros verbos adolescentes"? Como foram selecionados os alunos participantes do trabalho? Os alunos opinaram na montagem da adaptação ou você mesmo leu o livro e selecionou os trechos que pudessem proporcionar um diálogo entre os alunos?


LeonardoO livro tem tudo a ver com o mundo adolescente. Essa atmosfera da obra foi o ponto de partida. A partir daí verifiquei quais alunos tinham interesse em encarar a jornada de representar uma peça adaptada do livro. Com a manifestação dos alunos interessados, os mesmos leram a obra, eu  apresentei o roteiro a ser seguido e iniciamos os ensaios, que, por si só,  já representaram uma aventura que envolvia alguns momentos  de risos e outros de muita ansiedade, quando as coisas não iam bem. Neste ponto agradeço em especial à Professora Solange Narciso que muito contribuiu nos ensaios e evolução dos alunos. A biblioteca da escola se transformou no cantinho para os treinos dos alunos.

Idalina: Qual foi a repercussão do teatro e do livro entre os alunos e na escola de forma geral? 

Leonardo: Muito boa. Algumas alunas leram a obra depois da apresentação da peça. O teatro despertou o interesse deles. Um fato interessante é que foi combinado que no dia da apresentação não iria acontecer nada de beijo na boca, visto que em um dos ensaios esse beijo rolou. Porém, no dia da apresentação, dada a evolução da peça, todos os alunos que assistiam já gritavam em coro, beija, beija... foi muita pressão, e o beijo proibido lá nos ensaios aconteceu ao vivo e a cores para delírio da galera.

Idalina: Como você avalia o resultado? Que outras possibilidades o livro pode trazer dentro da escola?

Leonardo: Gostei do resultado da peça teatral, do "Festival de Talentos" e de toda a "Semana de Valorização da Vida" da Escola Estadual Professor Quaresma. Os professores, direção e supervisão gostaram também. Quanto ao livro, é um potencial a ser explorado com os adolescentes, seja em forma de trabalhos em sala de aula, encenações, palestras e outras formas que a imaginação mandar. Cabe a nós, professores, criarmos meios de estimular a vivência dos alunos em cima dessa temática tão própria do mundo adolescente e que o livro coloca de maneira muito feliz.

Peça teatral inspirada no livro:
Beijar, ficar e outros verbos adolescentes 
(Adaptação: Professor Leonardo Campos)



1º cena: Criando verbos

- Olá, Aninha. Cheguei!
- Oi Laís. Sabia que “Chegar” foi o assunto da aula de hoje.
- É mesmo?
- Sim, e já não aguento mais estudar, já é dezembro e quero férias.
- Eu também. Mas porque a palavra chegar foi assunto da aula, que estória maluca é essa?
- Ai, ai, vimos os verbos transitivos diretos, transitivos indiretos e intransitivos.
- Iiiii, ninguém merece! É muito trânsito pra minha cabeça.
- E eu mereço, né? Fui obrigada a assistir à aula.
- Mas vamos falar de outros verbos, Aninha.
- Outros verbos?
- Sim! Verbos que os professores não ensinam nas salas de aula.
- Ai, Meu Deus, que verbos seriam esses? (se faz curiosa)
- Uhnnn! Não imagina?
- Fale logo, Laís! Não me irrita! Ou caga ou libera a moita.
- São os verbos adolescentes.
- Verbos adolescentes???? Como assim?
- Beijar, ficar e outros verbos adolescentes.
- Uhuuuuuu (risos ou gritos)
- Olha, olha só o Bernardo chegando. (Aninha e Laís olham atentas)
- Sei que você tem uma quedinha por ele, Aninha.
(Aninha disfarça)
- Ai, como é difícil, mesma sala o ano inteiro e será que uma única vez ele será meu? (fala em tom de lamentação)

Música: Beija eu (Marisa Monte)

Seja eu!
Seja eu!
Deixa que eu seja eu
E aceita
O que seja seu
Então deita e aceita eu...

Molha eu!
Seca eu!
Deixa que eu seja o céu
E receba
O que seja seu
Anoiteça e amanheça eu...

Beija eu!
Beija eu!
Beija eu, me beija
Deixa
O que seja ser...
.............................................................
2º cena:  O primeiro beijo

- Aconteceu, aconteceu, meus Deus! (entra Aninha falando alto e eufórica)
- O que aconteceu, garota?
- Conjuguei meu primeiro verbo. (eufórica)
- Ahn... (Laís faz cara de espanto)
- Conjuguei meu primeiro verbo. (fala arregalando os olhos)
- E qual foi o verbo?
- Beijar!
- Uauuu!!!
- E foi com o Bernardo?
- Não, com o primo dele, e deu até falta de ar, que cara, que tudo, que deus...
- Qual o nome, de onde ele é?
- Bruno, e mora de Juiz de Fora.
- A pombinha tá voando longe.
- Ele é que está voando longe, e voa como um anjo. Ai, amiga, pareço estar pisando nas nuvens, nuvens de algodão doce, nuvens macias como as mãos dele segurando o meu rosto. Seus braços me envolvendo pela cintura e eu morrendo de vergonha de não ter cintura fina e ele nem aí, só me dizendo que eu era linda e suave.
...................
Música: Somos quem podemos ser (Engenheiro do Hawaii)

Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Um dia me disseram
Que os ventos às vezes erram a direção

E tudo ficou tão claro
Um intervalo na escuridão
Uma estrela de brilho raro
Um disparo para um coração

A vida imita o vídeo
Garotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez
Nós
Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter

..........................................................................
3ª Cena: Baba Baby

- Ana, Ana! Espera! Não pedi pra me esperar?
- Não ouvi, Bernardo, meus neurônios estão dormindo ainda.
- Você sabe que o Bruno tem namorada em Juiz de Fora?
- E daí?
- Como assim, e daí? Vocês não estão ficando?
- Nós só ficamos, foi só isso. Nunca imaginei que ele fosse namorar comigo de verdade.
- Então por que ficou com ele se sabia que ele não ia namorar você?
- Fiquei porque rolou um clima, porque tinha que acontecer.
- E fala isso assim, com essa naturalidade? Está me decepcionando. Que tipo de garota você é?
- Do tipo que jamais ficaria com você! Quem fala o que quer, costuma ouvir o que não quer.
- Olha só, eu não entendo vocês. Sabe... deixa pra lá!

(Sai Bernardo e entra Laís)

- Como foi a aula hoje, Aninha?
- Mais do mesmo, amiga!
- E como andam os verbos?
- Beijar e ficar já provei. (risos)
- Sabe, Laís, o Bernardo está vindo com um papo super chato para cima de mim.
- Sobre o quê?
- Ah, papo sobre o lance de eu ter ficado com o primo dele. E pra dizer a verdade, acho que no fundo gosto mesmo do Bernardo, mas por hora, quero ainda curtir a lembrança daquele delicioso beijo do Bruno. Já corri atrás do Bernardo outras vezes, mas agora, estou sem pressa. Ele que demonstre que goste de mim e ponto final.


Música: Baba baby (Kelly Key)

Você não acreditou
Você nem me olhou
Disse que eu era muito nova pra você
Mas agora que cresci você quer me namorar

Você não acreditou
Você sequer notou
Disse que eu era muito nova pra você
Mas agora que cresci você quer me namorar

Não vou acreditar nesse falso amor
Que só quer me iludir me enganar isso é caô
E pra nao dizer que eu sou ruim
Vou deixar você me olhar
Só olhar, só olhar, baba
Baby, baba

Olha o que perdeu. Baba, criança cresceu
Bom, bem feito pra você, é, agora eu sou mais eu
Isso é pra você aprender a nunca mais me esnobar
Baba baby, baby, baba, baba, baby, baba
Olha o que perdeu
Baba, criança cresceu
Bom, bem feito pra você, é, agora eu sou mais eu
Isso é pra você aprender a nunca mais me esnobar
Baba baby, baby, baba, baba
FIM
Atenção 

Se você gostou do trabalho e pretende utilizar o texto da peça em sua escola, solicita-se a citação do nome do autor: Professor e poeta Leonardo Campos, Cataguases (MG)



A POESIA DE LEONARDO CAMPOS 


Tédio Suburbano
Escapam as últimas aves
          fugidias do breve crepúsculo.
Esmaece o céu em nuvens,
          rendem-se as janelas ao vento.

Nesta tarde: cenas que se ocultam atrás de paredes,
                     (desses prédios, dormitórios, pensões...)

Sob o horizonte se esvai o sol,
     febril, disperso...
         embaçado na maquiagem atmosférica,
             praticando o seu último esforço.

E fica insinuada a noite,
         (ferve a primeira estrela)

             tal qual uma alegria
                   que vinga na solidão.

 * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


(Des)firmamento

Na noite densa escapa uma estrela
        como paradoxo no vão.

O éter agoniado trepida
e a noite se estilhaça – trêmula –
        em um breve sinal de desarmonia.
Os olhos, de súbito, se entreolharam,
       antepostos ao caos celestial.

Na noite densa escapou um estrela,
e o seu passado
       é ainda um resto de brilho.




18 dezembro 2015

SÉRIE LEITORES "BEIJAR, FICAR E OUTROS VERBOS ADOLESCENTES"

LORRAN SILVA


Conheci Lorran na Escola Municipal Antônio Ribeiro Barroso (IDAIC) de Cataguases, onde estive a convite do projeto AdoleSer, que, durante este ano de 2015, trabalhou com o meu livro "Beijar, ficar e outros verbos adolescentes" no Ensino Fundamental II.

As professoras Fernanda e Cíntia organizaram uma apresentação teatral a partir do capítulo IV do livro, e foi assim que tive meu primeiro contato com Lorran, o jovem ator que representou Bernardo, o par romântico de Aninha, a protagonista da história. A partir de então, fiquei feliz com o nascimento de uma amizade entre nós. 
Mc Lorran (como gosta de ser chamado) tem 16 anos e sonha ser ator profissional. 

Acerca de sua vida, ele diz que "a minha vida eu queria que fosse maravilhosa, mas não é! Tem dia que eu estou triste,alegre e tem dia que eu fico só no meu quarto pensando no meu passado". É um adolescente com poucos amigos e que gosta de navegar nas redes sociais, especialmente no Facebook.
Outro sonho seu é "conseguir um emprego e ser alguém na vida, ter o próprio dinheiro para não depender de ninguém". Na escola, as disciplinas de que mais gosta são Língua Portuguesa e Matemática.

Perguntado sobre o conteúdo do livro e a ideia de montar a dramatização do livro, ele comenta que, na verdade, começou a ler o livro do capítulo IV e que foi se surpreendendo com o desenrolar da história até que foi convidado para viver Bernardo na peça que começava a ser montada. 

"eu quase surtei porque o livro (Beijar, ficar:que expectativa) é muito bom; eu amei e por isso nós escolhemos essa parte do livro pra fazer o teatro . Eu amei e estou amando de novo porque eu não paro."



Ele relata que, no início, todos os alunos ficaram meio apavorados com vergonha e com medo de participar da peça teatral mas que, no final, todos ensaiaram e que apresentaram para mim. Aliás, uma apresentação envolvente, com adaptação bem feita do texto (acredito que feita pelas professoras Cíntia e Fernanda, que também participaram da peça). Cenário muito bem bolado, aproveitando o espaço do pátio da escola. E a atuação dos alunos, especialmente dos que representaram Aninha e Bernardo, não consistiu apenas na reprodução de falas, mas também na expressão facial e corporal muito boas. Principalmente Aninha e Bernardo estavam ali, personificados totalmente.

Lorran se diverte contando sobre os ensaios, marcados pelas risadas e por uma bagunça positiva, "todos suando, passando raiva e se divertindo".








04 novembro 2021

Conversa inspiradora!! Gratidão, Francisco Gregório. Com outras duas mulheres inspiradoras: Lili e Maria Elvira!



01 julho 2017

LILIANE SILVA RAMALHO

SÉRIE: AS MELHORES RESENHAS

CONVERSA COM A AUTORA

          Nascida  na cidade de Muriaé e residente em Laranjal (MG),  Liliane tem 17 anos e cursa atualmente o terceiro ano do curso técnico de Eletrotécnica do CEFET Campus II, Leopoldina. Em entrevista realizada na tarde de hoje, dia 1º de julho, Liliane falou de sua vida, suas ideias e projetos. 

Idalina - Além de cursar o terceiro ano integrado no CEFET,  que outras atividades você tem durante a semana? O que gosta de fazer nas horas vagas?

LilianeO que gosto de fazer nas horas vagas? Confesso que já fui uma leitora mais ativa, hoje, como me encontro no terceiro ano do ensino médio, tenho lido menos; o que era pra ser totalmente o oposto neh? Mas o terceirão tem sido apertado (rsrsrs). No entanto, a leitura é um dos meus passatempos favoritos e procuro incentivar meus irmãos mais novos para adquirirem o hábito desde cedo. Sou apaixonada por séries de todos os estilos e em qualquer tempinho que tenho livre eu pego o celular pra assistir. Sou muito família e adoro passar o domingo na casa da minha vó, mas também sou um pouco festeira e procuro manter o equilíbrio entre a vida escolar, a familiar e a vida com os meus amigos. Adoro jogar baralho, gosto dos mais variados estilos musicais mas tenho preferência pelo sertanejo, por ter sido criada em uma cidade do interior, e pelo pop rock brasileiro, o que é minha paixão musical mesmo. 

Idalina - Qual é a sua filosofia de vida?

Liliane Sou cristã praticante e participo de reuniões de grupo de jovens, procuro sempre seguir a minha vida sem prejudicar a do outro e faço o que está ao meu alcance para ajudar todos ao meu redor.

Idalina - Como você definiria sua personalidade?

LilianeSou bem comunicativa, esforçada e determinada. Porém como qualquer outro ser humano possuo inúmeros defeitos, fico irritada as vezes e desconto nas pessoas que mais me ajudam. 

Idalina - Quais são os seus projetos para o futuro?

Liliane - Ainda não sei ao certo o que pretendo fazer, tampouco sei se quero mesmo continuar na área de exatas; mas sei o que não quero fazer. Sei que, independente do que fizer, quero fazer algo em que esteja em constante comunicação e socialização com todos, pois sempre fui uma pessoa muito comunicativa e gostaria de poder, mesmo trabalhando, continuar nessa relação e não só ficar trancada em um escritório.

      Em relação ao projeto desenvolvido pelo professor Diego Lucas no CEFET, Liliane explicou que "foi extremamente criativo e possibilitou uma maneira de aprendermos a matéria vista em Língua Portuguesa com mais dinâmica, já que foi o próprio Diego que trouxe os livros e deu para cada aluno poder saborear e entrar na história de Aninha".
    De acordo com Liliane, uma parte dos alunos encarou a atividade extracurricular com reserva, por considerarem mais produtiva a aula tradicional. Entretanto, segundo ela,  a maioria se envolveu com o projeto, apoiando a ação do professor e mergulhando nas histórias vividas por Aninha e gostou muito da atitude do professor e ficou muito envolvida e apaixonada pelas histórias vividas por Aninha.

       Abaixo, a resenha selecionada pelo professor Diego Lucas, como uma das mais bem escritas dentro do projeto. Parabéns, Liliane! Que sua brilhante atuação lhe renda bons frutos durante o seu percurso acadêmico e profissional.

   RESENHA CRÍTICA: 
                    "BEIJAR, FICAR E OUTROS VERBOS ADOLESCENTES"                     Por Liliane Silva Ramalho 


        No livro “Beijar, ficar e outros verbos adolescentes”, a autora Ana Idalina Carvalho Nunes trata da insegurança vivida pela jovem Aninha em sua adolescência. Ela apresenta, entre muitos problemas,  o de insatisfação com o corpo e as milhares de perguntas que surgem na cabeça da Aninha: “Quando alguém vai se interessar por mim?” “Quando os garotos vão parar de me ver só como amiga?” “Quando vou dar meu primeiro beijo?”. Essas perguntas servem de embasamento para as questões filosóficas que o livro traz, de modo a mostrar como, às vezes,  nos importamos demais com a opinião alheia e não vivemos nossas vidas como queremos. 
          Na obra, temos a história de uma paixão vivida pela protagonista e todos os obstáculos emocionais e conflitos internos pelos quais ela passa. A autora consegue transmitir,  de modo bem dinâmico e envolvente,  toda a relação desses acontecimentos com a filosofia de vida, e as maneiras diferentes de enxergarmos o mundo à nossa volta. Aninha vive tendo pensamentos que  fazem-na refletir em seu interior,  e a autora se utiliza desses pensamentos para deixar mensagens filosóficas, sem fazer nenhuma citação e de maneira bem informal e simples. 
          Muitos podem achar que é um livro totalmente feminino; e é. Contudo,  serve de base para os homens entenderem um mundo totalmente desconhecido, o mundo da mulher, que é cheio de perguntas sem respostas, cheio de conflitos interiores, mas,  acima de tudo, um mundo que é especialmente sonhador e inspirador. Apesar de ser totalmente juvenil e informal,  o livro não necessariamente é direcionado a jovens, já que todos vivem ou já viveram situações parecidas em alguma fase de sua vida. E mesmo que os adultos não gostem muito do gênero, eles podem ler pra tentar entender os filhos, como eles se comportam pois,  querendo ou não,  o modo  como os filhos vivem hoje em dia é bem diferente do modo como os seus pais viveram na juventude. 
       Um livro completamente envolvente pois retrata a maioria dos pensamentos e perguntas enfrentados por jovens. Mostrou-me como ter um novo olhar sobre a vida e, principalmente, um novo olhar para mim mesma. Ainda que tenha me decepcionado um pouco no final, por ter passado rápido demais o tempo (rsrsrsrs) estou à espera da continuação, para saber como Aninha está enfrentando essa nova fase de sua vida e para conhecer os novos pensamentos e inseguranças que ela irá enfrentar.





18 junho 2017

LORRAYNE DUARTE

SÉRIE :  AS MELHORES RESENHAS 

   CONVERSA COM A AUTORA, LORRAYNE DUARTE


             Natural da cidade de Recreio (MG),  Lorrayne Duarte tem 18 anos e estuda no CEFET Campus III, na cidade de Leopoldina.  Ela conta que, em 2016,  "o livro “Beijar, ficar e outros verbos adolescentes”, foi apresentado à turma do 2° ano B pelo professor de Português Diego Lucas,  com a intenção de ajudar no estudo dos pronomes e na produção de resenhas. Os alunos, em geral, reagiram com surpresa e contentamento, pois o professor estava implementando uma nova forma de estudo, diferente daquela tradicional na qual os alunos são acostumados a entrar numa sala, sentar, copiar e reproduzir as informações dadas. Com o livro, o alunos tinham uma aula dinâmica; liam, discutiam ideias e aprendiam o conteúdo com gosto".  
           A resenha produzida ao final do projeto pela aluna Lorrayne Duarte foi considerada pelo professor Diego Lucas como um das mais bem escritas, entre todas as que foram entregues. De posse de uma lista com os seis melhores textos produzidos a partir da leitura do livro, resolvemos publicar os trabalhos no blog e apresentar aos nossos leitores os jovens que produziram tais resenhas. Lorrayne é a primeira entre esses alunos e alunas. 
            Em entrevista concedida ao  blog, ela conta que foi aprovada no processo seletivo e ingressou no CEFET aos 15 anos de idade. Hoje ela cursa o 3º ano do ensino médio voltado para a área da mecânica, atuando  também como bolsista em projeto da área biológica. Ela declara que tem a   intenção  de "prestar vestibular voltado para a área de exatas, especificamente Engenharia de Produção". Indagada sobre suas atividades fora da escola, ela relata que,  em razão do grande volume de conteúdos  cobrados em seu curso, geralmente as suas horas vagas são utilizadas para manter a leitura em dia, mas quando é possível, ela gosta também de praticar esportes como vôlei e peteca, também gosta de ver filmes, ouvir música e sair com as amigas. 
            O livro “Beijar, ficar e outros verbos adolescentes”, afirma ela, "é simplesmente viciante. Quando se é adolescente e encontra um livro em que a personagem principal passa pelas mesmas coisas que você, não dá vontade de parar de ler.  A cada capítulo eu me identificava mais com a personagem e em várias partes parecia que a história contada era a da minha vida. A reação da protagonista no final do livro foi algo que superou minhas expectativas. Aquele clichê do famoso final feliz empurrado para nós desde crianças pelos contos de fadas é quebrado de forma surpreendente. Aninha vai contra tudo aquilo que a sociedade prega, de que para ser feliz você precisa estar em um relacionamento. Ela nos mostra que podemos ser felizes sem necessariamente estar com alguém".
          

Resenha crítica do livro "Beijar, ficar e outros verbos adolescentes"


Por Lorrayne Duarte

Em seu livro “Beijar, ficar e outros verbos adolescentes”, Ana Idalina Carvalho Nunes apresenta os dramas vividos por todas adolescentes, como primeiro beijo, primeiro amor, os altos e baixos da autoestima, a insegurança, amigas “falsianes”, a relação de amizade que deve existir entre mãe e filha, e tantos outros assuntos tão comuns.

O livro possui vinte e três capítulos, divididos em cento e doze páginas. Ele começa contando a história de uma menina insegura que se sentia feia, chamada Aninha e que, com o decorrer da história, se apaixona, tem seu primeiro beijo e percebe que pode sim encontrar alguém que a ame do jeito que ela é. 

Aninha começa um relacionamento com Bernardo, porém, pouco tempo depois decide ir em estudar em outra cidade, e acontece o imprevisto: sua melhor amiga e seu namorado juntos. A personagem vai sofrer, mas também vai conseguir dar a volta por cima, mostrando a todas jovens que, apesar da tristeza do término de um namoro, o mundo não gira em torno dele e que devemos seguir em frente com a cabeça erguida porque, afinal, quem perdeu foi ele.

Além de uma linguagem coloquial e fácil de se compreender, a história vivida por Aninha se parece com a de muitas adolescentes espalhadas pelo mundo, o que faz com que a autora consiga ter o público adolescente interessado na obra do início ao fim.

Idalina já escreveu dois outros livros: “Quase pecado – poesia e prosa” (2001) e “Meandros” (2010). 








10 abril 2016

PLANO DE AULA DE CIÊNCIAS a partir do livro "Beijar, ficar e outros verbos adolescentes"


INTERDISCIPLINARIDADE: 
TRABALHANDO CIÊNCIAS A PARTIR DA LITERATURA
(Plano de aula  de Ciências - oitavo ano  E. Fundamental II - com base no CBC) 

Da esquerda para a direita, Amanda Cristina Pereira, Idalina de Carvalho, Dra. Maria Ângela Girardi e Ana Maria Diniz
Equipe da Secretaria Municipal de Educação de Cataguases
 com Idalina e Dra. Maria ângela 
A partir de trabalho desenvolvido em parceria com o AdoleSer, programa que visa levar para as escolas rodas de debate e informação sobre sexualidade na adolescência, criado pela médica Dra. Maria Ângela Girardi e desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação, sob a coordenação de Amanda Cristina Pereira e Ana Maria Diniz com alunos do Ensino Fundamental das Escolas Municipais de Cataguases, senti a necessidade de montar um plano de curso para que professores e professoras de Ciências pudessem desenvolver o tema "sexualidade" a partir do livro "Beijar, ficar e outros verbos adolescentes". 
O projeto foi levado a 07 escolas no ano de 2015, onde o trabalho foi desenvolvido com muito carinho e dedicação, tanto da coordenação do projeto quanto das diretoras, professores e professoras destas escolas. Assim, visando compartilhar com outros educadores de outras escolas o projeto de aulas, compartilho aqui o projeto interdisciplinar. Escolas interessadas em receber o projeto devem entrar em contato com a Secretaria Municipal de Educação de Cataguases e falar com as coordenadoras acima citadas. Os livros para o trabalho são doados pelo programa AdoleSer, que me leva para um encontro com alunos e palestra no final da aplicação do projeto. Segue abaixo o plano de curso:

BEIJAR, FICAR E OUTROS VERBOS ADOLESCENTES

Capítulo V: Domingo: ainda dá tempo de ser feliz! (páginas 29 a 33) 
Capítulo VI: Beijar, ficar: que expectativa! (páginas 34 a 45)

TEMA 9 – SEXUALIDADE 
TÓPICO 19 - REPRODUÇÃO HUMANA: CARACTERÍSTICAS E AÇÃO HORMONAL 


HABILIDADE BÁSICA: 19.2  

Associar mudanças hormonais ao amadurecimento sexual durante a puberdade, surgimento de características sexuais secundárias e possibilidade de gravidez. 

COMO TRABALHAR: Observar que, antes de ocorrerem as mudanças hormonais e o amadurecimento sexual, Aninha não sentiria os efeitos físicos que sente quando Bernardo aparece. E que, muitas vezes, os sentimentos se tornam confusos nessa etapa da vida porque eles se confundem com a atração física, com os efeitos que os hormônios provocam. Tal fato é comprovado pelo fato de ela se envolver com o Bruno, e relatar efeitos parecidos em seu corpo quando é beijada por ele. (Promover roda de conversa, permitindo que alunos relatem como se sentem quando estão apaixonados). Deixar que falem livremente, sem a obrigação de apresentar uma conclusão que moralize as falas. (Isso é importante). Promover a leitura em grupo do capítulo VII e selecionar um texto de Ciências que fale sobre essas “variações” (?) hormonais. Solicitar que os alunos façam um trabalho traçando um paralelo entre o que sentem e o que pode ser apenas reação física causada pelos hormônios. 

OBJETIVO: permitir que adolescentes saibam diferenciar o que é amor do que é apenas físico. 

RESULTADO ESPERADO: Levar adolescentes a envolverem-se em relacionamentos íntimos com maior consciência do que sentem, o que pode reduzir os casos de superexposição do próprio corpo e envolvimentos sexuais muito precoces.

HABILIDADE BÁSICA: 19.3. 
Caracterizar o ciclo menstrual regular; conhecendo sua duração média e os principais eventos durante a ovulação e a menstruação. 

COMO TRABALHAR: através das reações descritas por Aninha, da vontade que ela demonstra sentir de estar com um garoto (vontade que se manifestou em sonho naquela mesma noite anterior – ver páginas 29 e 30 ), pode ser que esteja em seu período fértil. 
(Veja descrição obtida em matéria no site http://mulher.terra.com.br/infograficos/ciclo-mestrual/ : Período fértil – Ovulação - Sintomas)
Os sintomas mais frequentes da ovulação são o aumento da libido e uma maior lubrificação da vagina, muitas vezes com saída da famosa secreção gelatinosa, com aspecto de “clara de ovo”. Esse muco cervical facilita a entrada dos espermatozoides para o útero. Nesse período, algumas mulheres ainda sentem uma dor na região pélvica, próxima à bexiga, a “dor do meio” (meio do ciclo menstrual), que ocorre no momento da liberação do óvulo. 
A partir da leitura de tais fragmentos do livro (pode ser montada uma encenação do livro na sala de aula, o que torna o conteúdo ainda mais atrativo), apresentar material de Ciências explicando cada etapa do ciclo menstrual. 
Falar da TPM. (É importante sempre favorecer os diálogos abertos, alunos em círculo sentados no chão ou mesmo nas carteiras. Preferencialmente, com utilização de recursos como música, por exemplo, permitindo que se abram emocionalmente e relatem suas experiências e dúvidas). 

OBJETIVOS: promover o autoconhecimento, tanto no sentido biológico quanto emocional. Levar os adolescentes a perceberem como o emocional está ligado ao biológico. Incentivar as meninas a observarem o próprio corpo, percebendo o que é parte do ciclo menstrual, favorecendo ainda a prevenção da gravidez na adolescência. 

RESULTADOS ESPERADOS: capacitar as adolescentes a identificarem o seu período fértil, levando-as à prática do sexo com responsabilidade e reduzindo os casos de gravidez precoce.
*******

BEIJAR, FICAR E OUTROS VERBOS ADOLESCENTES

Capítulo IX: Tiago e Marina (páginas 56 a 58) 
Capítulo III: Quero ficar de bem com o espelho (diálogos da p. 22 e 23) 
                                          TEMA 9 – SEXUALIDADE
TÓPICO  20: MÉTODOS CONTRACEPTIVOS 

HABILIDADE BÁSICA: 20.1
Identificar os principais métodos contraceptivos relacionando-os às doenças sexualmente transmissíveis e à AIDS. 

FORMA DE TRABALHAR: Leitura em grupo do primeiro texto (Tiago e Marina) – um ou todos os meninos reproduzem a fala de Tiago e uma ou todas as garotas fazem o papel da mãe. Questões a serem discutidas após a leitura: a) Com dois anos de namoro todos os casais já têm vida sexual? Qual é o tempo que as garotas, geralmente, estipulam para começar a ter relações com o namorado? Existem ainda muitas meninas que chegam virgens ao casamento? (Fazer a leitura em grupo do segundo texto, explicando a questão da virgindade antes da década de 70 e 80). b) Uma gravidez é capaz de prender o namorado, de garantir que fiquem juntos? c) Quais são os métodos contraceptivos mais comuns? d) Quanto custa um filho para os pais, financeiramente, nos dias atuais? A partir da discussão, apresentar aula expositiva sobre os métodos contraceptivos, relacionando-os às doenças sexualmente transmissíveis e à AIDS. 

OBJETIVOS: sensibilizar os alunos para a importância do planejamento na vida sexual. 

RESULTADOS ESPERADOS: reduzir casos de gravidez precoce e de transmissão de doenças.

RECOMENDAÇÃO GERAL:
Os professores de Ciências deverão ler o livro na íntegra, a fim de identificar outros trechos possíveis de trabalhar com as turmas de 8º ano.

Com afeto,
Idalina

15 fevereiro 2016

SÉRIE EDUCADORES: LEONARDO CAMPOS

Conheci Leonardo Campos no período em que eu editava a revista "Pensaminto", de Cataguases para o mundo. Naquela época ele era um estudante do Ensino Médio, mas já vivia envolvido com a poesia, o que me motivou a publicar matéria sobre ele e divulgar um poema dele na época. Mais tarde, em 2000, ele também se fez presente na edição especial de "Pensaminto", que apresentava o cenário cultural que se desenhou em Cataguases a partir da década de 1960. Ele cursou Letras na FIC e, a partir de então, prosseguiu fiel ao seu talento, atuando não apenas como poeta, mas também como um educador ímpar, disseminador  competente do gosto pela leitura e pela escrita,

Procurei Leonardo no início deste ano e ele concedeu uma entrevista exclusiva para este blog.. Confira:


Da esquerda para a direita, Célia Marques (diretora), Nilma Moraes Cenci (vice), Mark Jean (no papel de Bernardo) , Carol Alves (no papel de Aninha) , Leonardo Campos (professor) , Joyce Silva (no papel de Lais), Solange Narciso (professora).
Idalina:  Leonardo, gostaria que apresentasse um breve relato do trabalho que vem desenvolvendo como professor, abordando também a sua atividade poética.

Leonardo: Iniciei minhas atividades como professor em 2006, desde lá, sempre tive a preocupação de proporcionar aos alunos atividades que dialogassem com a realidade de seus mundos, de seus anseios. É claro que nem sempre isso é possível, mas pelo menos coloco como norte essa abordagem. Neste tempo desenvolvi trabalhos e projetos baseados em alguns livros que destoam um pouco da programação prevista no currículo. Penso que esse tipo de diversificação é boa. Tenho trabalhado com o livro de poesia visual "Pó de Lua", da poetisa Clarice Freire, entre outras obras nessa mesma linha. Em 2015 propus aos alunos do 3º ano a criação de uma poesia visual, filmada através de seus próprios celulares.  Apesar da atividade de professor nos trazer grandes desafios, tive experiências interessantes na docência com a participação em uma das etapas do “Soletrando” em Belo Horizonte no ano de 2007 com o aluno Natã e na semifinal das "Olimpíadas de Língua Portuguesa" em Porto Alegre (2014), com a aluna Núbia Rosa. Foram momentos muito bons. Quanto ao meu livro de poesia, “Alma de brinquedo” lancei a primeira edição em 2009 e em 2010 pude lançar a 2ª edição através da Lei Ascânio Lopes. Percebi que havia chegado o momento de lançar os meus versos que já estavam escritos há algum tempo, principalmente na época de Faculdade.

Idalina: Fale um pouco sobre o "Festival de Talentos"


Leonardo: O Festival de Talentos da Escola Estadual Professor Quaresma aconteceu dentro da "Semana de Valorização da vida", que ocorreu entre os dias 30 de novembro a 04 de dezembro de 2015. Com o Festival, foram encerradas as atividades da semana. O objetivo desse evento é proporcionar aos alunos oportunidade de revelarem seus talentos  nas áreas:  musical, teatral, circense,  entre outras.

Idalina: Como surgiu a ideia de trabalhar com o livro "Beijar, ficar e outros verbos adolescentes"? Como foram selecionados os alunos participantes do trabalho? Os alunos opinaram na montagem da adaptação ou você mesmo leu o livro e selecionou os trechos que pudessem proporcionar um diálogo entre os alunos?


LeonardoO livro tem tudo a ver com o mundo adolescente. Essa atmosfera da obra foi o ponto de partida. A partir daí verifiquei quais alunos tinham interesse em encarar a jornada de representar uma peça adaptada do livro. Com a manifestação dos alunos interessados, os mesmos leram a obra, eu  apresentei o roteiro a ser seguido e iniciamos os ensaios, que, por si só,  já representaram uma aventura que envolvia alguns momentos  de risos e outros de muita ansiedade, quando as coisas não iam bem. Neste ponto agradeço em especial à Professora Solange Narciso que muito contribuiu nos ensaios e evolução dos alunos. A biblioteca da escola se transformou no cantinho para os treinos dos alunos.

Idalina: Qual foi a repercussão do teatro e do livro entre os alunos e na escola de forma geral? 

Leonardo: Muito boa. Algumas alunas leram a obra depois da apresentação da peça. O teatro despertou o interesse deles. Um fato interessante é que foi combinado que no dia da apresentação não iria acontecer nada de beijo na boca, visto que em um dos ensaios esse beijo rolou. Porém, no dia da apresentação, dada a evolução da peça, todos os alunos que assistiam já gritavam em coro, beija, beija... foi muita pressão, e o beijo proibido lá nos ensaios aconteceu ao vivo e a cores para delírio da galera.

Idalina: Como você avalia o resultado? Que outras possibilidades o livro pode trazer dentro da escola?

Leonardo: Gostei do resultado da peça teatral, do "Festival de Talentos" e de toda a "Semana de Valorização da Vida" da Escola Estadual Professor Quaresma. Os professores, direção e supervisão gostaram também. Quanto ao livro, é um potencial a ser explorado com os adolescentes, seja em forma de trabalhos em sala de aula, encenações, palestras e outras formas que a imaginação mandar. Cabe a nós, professores, criarmos meios de estimular a vivência dos alunos em cima dessa temática tão própria do mundo adolescente e que o livro coloca de maneira muito feliz.

Peça teatral inspirada no livro:
Beijar, ficar e outros verbos adolescentes 
(Adaptação: Professor Leonardo Campos)



1º cena: Criando verbos

- Olá, Aninha. Cheguei!
- Oi Laís. Sabia que “Chegar” foi o assunto da aula de hoje.
- É mesmo?
- Sim, e já não aguento mais estudar, já é dezembro e quero férias.
- Eu também. Mas porque a palavra chegar foi assunto da aula, que estória maluca é essa?
- Ai, ai, vimos os verbos transitivos diretos, transitivos indiretos e intransitivos.
- Iiiii, ninguém merece! É muito trânsito pra minha cabeça.
- E eu mereço, né? Fui obrigada a assistir à aula.
- Mas vamos falar de outros verbos, Aninha.
- Outros verbos?
- Sim! Verbos que os professores não ensinam nas salas de aula.
- Ai, Meu Deus, que verbos seriam esses? (se faz curiosa)
- Uhnnn! Não imagina?
- Fale logo, Laís! Não me irrita! Ou caga ou libera a moita.
- São os verbos adolescentes.
- Verbos adolescentes???? Como assim?
- Beijar, ficar e outros verbos adolescentes.
- Uhuuuuuu (risos ou gritos)
- Olha, olha só o Bernardo chegando. (Aninha e Laís olham atentas)
- Sei que você tem uma quedinha por ele, Aninha.
(Aninha disfarça)
- Ai, como é difícil, mesma sala o ano inteiro e será que uma única vez ele será meu? (fala em tom de lamentação)

Música: Beija eu (Marisa Monte)

Seja eu!
Seja eu!
Deixa que eu seja eu
E aceita
O que seja seu
Então deita e aceita eu...

Molha eu!
Seca eu!
Deixa que eu seja o céu
E receba
O que seja seu
Anoiteça e amanheça eu...

Beija eu!
Beija eu!
Beija eu, me beija
Deixa
O que seja ser...
.............................................................
2º cena:  O primeiro beijo

- Aconteceu, aconteceu, meus Deus! (entra Aninha falando alto e eufórica)
- O que aconteceu, garota?
- Conjuguei meu primeiro verbo. (eufórica)
- Ahn... (Laís faz cara de espanto)
- Conjuguei meu primeiro verbo. (fala arregalando os olhos)
- E qual foi o verbo?
- Beijar!
- Uauuu!!!
- E foi com o Bernardo?
- Não, com o primo dele, e deu até falta de ar, que cara, que tudo, que deus...
- Qual o nome, de onde ele é?
- Bruno, e mora de Juiz de Fora.
- A pombinha tá voando longe.
- Ele é que está voando longe, e voa como um anjo. Ai, amiga, pareço estar pisando nas nuvens, nuvens de algodão doce, nuvens macias como as mãos dele segurando o meu rosto. Seus braços me envolvendo pela cintura e eu morrendo de vergonha de não ter cintura fina e ele nem aí, só me dizendo que eu era linda e suave.
...................
Música: Somos quem podemos ser (Engenheiro do Hawaii)

Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Um dia me disseram
Que os ventos às vezes erram a direção

E tudo ficou tão claro
Um intervalo na escuridão
Uma estrela de brilho raro
Um disparo para um coração

A vida imita o vídeo
Garotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez
Nós
Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter

..........................................................................
3ª Cena: Baba Baby

- Ana, Ana! Espera! Não pedi pra me esperar?
- Não ouvi, Bernardo, meus neurônios estão dormindo ainda.
- Você sabe que o Bruno tem namorada em Juiz de Fora?
- E daí?
- Como assim, e daí? Vocês não estão ficando?
- Nós só ficamos, foi só isso. Nunca imaginei que ele fosse namorar comigo de verdade.
- Então por que ficou com ele se sabia que ele não ia namorar você?
- Fiquei porque rolou um clima, porque tinha que acontecer.
- E fala isso assim, com essa naturalidade? Está me decepcionando. Que tipo de garota você é?
- Do tipo que jamais ficaria com você! Quem fala o que quer, costuma ouvir o que não quer.
- Olha só, eu não entendo vocês. Sabe... deixa pra lá!

(Sai Bernardo e entra Laís)

- Como foi a aula hoje, Aninha?
- Mais do mesmo, amiga!
- E como andam os verbos?
- Beijar e ficar já provei. (risos)
- Sabe, Laís, o Bernardo está vindo com um papo super chato para cima de mim.
- Sobre o quê?
- Ah, papo sobre o lance de eu ter ficado com o primo dele. E pra dizer a verdade, acho que no fundo gosto mesmo do Bernardo, mas por hora, quero ainda curtir a lembrança daquele delicioso beijo do Bruno. Já corri atrás do Bernardo outras vezes, mas agora, estou sem pressa. Ele que demonstre que goste de mim e ponto final.


Música: Baba baby (Kelly Key)

Você não acreditou
Você nem me olhou
Disse que eu era muito nova pra você
Mas agora que cresci você quer me namorar

Você não acreditou
Você sequer notou
Disse que eu era muito nova pra você
Mas agora que cresci você quer me namorar

Não vou acreditar nesse falso amor
Que só quer me iludir me enganar isso é caô
E pra nao dizer que eu sou ruim
Vou deixar você me olhar
Só olhar, só olhar, baba
Baby, baba

Olha o que perdeu. Baba, criança cresceu
Bom, bem feito pra você, é, agora eu sou mais eu
Isso é pra você aprender a nunca mais me esnobar
Baba baby, baby, baba, baba, baby, baba
Olha o que perdeu
Baba, criança cresceu
Bom, bem feito pra você, é, agora eu sou mais eu
Isso é pra você aprender a nunca mais me esnobar
Baba baby, baby, baba, baba
FIM
Atenção 

Se você gostou do trabalho e pretende utilizar o texto da peça em sua escola, solicita-se a citação do nome do autor: Professor e poeta Leonardo Campos, Cataguases (MG)



A POESIA DE LEONARDO CAMPOS 


Tédio Suburbano
Escapam as últimas aves
          fugidias do breve crepúsculo.
Esmaece o céu em nuvens,
          rendem-se as janelas ao vento.

Nesta tarde: cenas que se ocultam atrás de paredes,
                     (desses prédios, dormitórios, pensões...)

Sob o horizonte se esvai o sol,
     febril, disperso...
         embaçado na maquiagem atmosférica,
             praticando o seu último esforço.

E fica insinuada a noite,
         (ferve a primeira estrela)

             tal qual uma alegria
                   que vinga na solidão.

 * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


(Des)firmamento

Na noite densa escapa uma estrela
        como paradoxo no vão.

O éter agoniado trepida
e a noite se estilhaça – trêmula –
        em um breve sinal de desarmonia.
Os olhos, de súbito, se entreolharam,
       antepostos ao caos celestial.

Na noite densa escapou um estrela,
e o seu passado
       é ainda um resto de brilho.




18 dezembro 2015

SÉRIE LEITORES "BEIJAR, FICAR E OUTROS VERBOS ADOLESCENTES"

LORRAN SILVA


Conheci Lorran na Escola Municipal Antônio Ribeiro Barroso (IDAIC) de Cataguases, onde estive a convite do projeto AdoleSer, que, durante este ano de 2015, trabalhou com o meu livro "Beijar, ficar e outros verbos adolescentes" no Ensino Fundamental II.

As professoras Fernanda e Cíntia organizaram uma apresentação teatral a partir do capítulo IV do livro, e foi assim que tive meu primeiro contato com Lorran, o jovem ator que representou Bernardo, o par romântico de Aninha, a protagonista da história. A partir de então, fiquei feliz com o nascimento de uma amizade entre nós. 
Mc Lorran (como gosta de ser chamado) tem 16 anos e sonha ser ator profissional. 

Acerca de sua vida, ele diz que "a minha vida eu queria que fosse maravilhosa, mas não é! Tem dia que eu estou triste,alegre e tem dia que eu fico só no meu quarto pensando no meu passado". É um adolescente com poucos amigos e que gosta de navegar nas redes sociais, especialmente no Facebook.
Outro sonho seu é "conseguir um emprego e ser alguém na vida, ter o próprio dinheiro para não depender de ninguém". Na escola, as disciplinas de que mais gosta são Língua Portuguesa e Matemática.

Perguntado sobre o conteúdo do livro e a ideia de montar a dramatização do livro, ele comenta que, na verdade, começou a ler o livro do capítulo IV e que foi se surpreendendo com o desenrolar da história até que foi convidado para viver Bernardo na peça que começava a ser montada. 

"eu quase surtei porque o livro (Beijar, ficar:que expectativa) é muito bom; eu amei e por isso nós escolhemos essa parte do livro pra fazer o teatro . Eu amei e estou amando de novo porque eu não paro."



Ele relata que, no início, todos os alunos ficaram meio apavorados com vergonha e com medo de participar da peça teatral mas que, no final, todos ensaiaram e que apresentaram para mim. Aliás, uma apresentação envolvente, com adaptação bem feita do texto (acredito que feita pelas professoras Cíntia e Fernanda, que também participaram da peça). Cenário muito bem bolado, aproveitando o espaço do pátio da escola. E a atuação dos alunos, especialmente dos que representaram Aninha e Bernardo, não consistiu apenas na reprodução de falas, mas também na expressão facial e corporal muito boas. Principalmente Aninha e Bernardo estavam ali, personificados totalmente.

Lorran se diverte contando sobre os ensaios, marcados pelas risadas e por uma bagunça positiva, "todos suando, passando raiva e se divertindo".